Abruptamente, a realidade mundial mudou profundamente. Surpreendida, por uma pandemia, a população foi obrigada a repensar e reestruturar seus modos de conviver, trabalhar e consumir. O isolamento social imposto à sociedade, na tentativa de conter a disseminação da Covid-19, trouxe várias implicações. Dentre elas, uma das mais preponderantes e facilmente perceptíveis foi o aumento da dependência tecnológica. De plataformas de videoconferência para manter contato com amigos e familiares ou fazer reuniões profissionais a softwares e sistemas que viabilizam o trabalho remoto, passando por aplicativos de entrega de comida e serviços de streaming, a rotina ficou ainda mais permeada pela tecnologia.
Um estudo da Cisco realizado pela Deloitte denominado ‘Digitalização, Resiliência e Continuidade dos Negócios: o que aprendemos com a pandemia da Covid-19’, no entanto, afirma que “estamos melhor preparados para enfrentar desafios futuros e o ‘novo normal’ será digital”. Fato é que nenhuma das previsões para a área de tecnologia feitas para o ano de 2020 poderia antecipar o que estava por vir. “O que se vivencia é uma enorme aceleração das mudanças no mundo digital, sobretudo daquelas que já estavam em processo. Tudo o que seria implementado nos próximos anos e até décadas acabou sendo antecipado”, afirma Sandra Ramos, sócia da Harbor IT, que também é parceira da Cisco e especializada em Tecnologia.
Muitas tecnologias já existentes e utilizadas, tanto no âmbito empresarial, quanto no social e no setor público, estão sendo chanceladas graças às necessidades do novo contexto. A pandemia tem gerado transformações para além dos avanços tecnológicos. Ela está transformando, especialmente, a maneira como se usa a tecnologia. Até então, muitas organizações apresentavam resistência em relação a essas mudanças digitais, talvez por elas serem capazes de também gerar e possibilitar mudanças comportamentais. Porém, as empresas foram obrigadas a mudar de postura diante da atual realidade. O que foi motivo de resistência durante décadas passou a ser essencial para a sobrevivência e continuidade dos negócios: o trabalho remoto é um bom exemplo disso.
Já são 12 milhões de pessoas trabalhando home office atualmente. A informação foi dada pelo jornal O Estado de São Paulo, que adquiriu dados da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades e da International Telework Academy.
Para alguns especialistas, o momento que vivemos está adiantando a chamada sociedade 5.0, caracterizada pelo uso intensivo de tecnologias. Dentro desse conceito, o foco não está diretamente nas ferramentas e inovações técnicas, mas sim em como a sociedade inserida nesse contexto vai ser impactada por essas novas tecnologias.
Grande parte das mudanças e tendências percebidas neste período de pandemia, relacionadas ao universo da tecnologia, são guiadas, basicamente, por três pilares fundamentais: colaboração, conectividade e segurança.
Colaboração
Mesmo diante do distanciamento social imposto, ou exatamente por causa dele, é preciso estabelecer formas de manter a colaboração e aproximação entre as pessoas. Numa realidade corporativa, disso depende a interação, motivação e produtividade da equipe e, consequentemente, a boa continuidade dos negócios. “Faz-se necessário habilitar uma estrutura que permita aos colaboradores compartilhar arquivos, realizar reuniões e acessar sistemas, viabilizando o trabalho remoto da maneira mais eficiente possível. Soluções unificadas, que disponibilizam vários recursos em uma só plataforma, podem ser uma boa opção, pois tendem a ser mais intuitivas, facilitando o uso e a adaptação”, explica Sandra.
Conectividade
Para um momento que requer formas de interações rápidas e eficientes, a conectividade de boa qualidade é primordial. A ampliação da infraestrutura digital é imprescindível para empresas de, praticamente, todos os setores e portes. Conexões lentas prejudicam o desempenho em uma videoconferência, por exemplo. E ao que tudo indica, reuniões remotas serão cada vez mais frequentes, durante e após a pandemia, tanto entre equipes, quanto com clientes. Segundo a Folhapress, o lucro da empresa de videoconferências Zoom, por exemplo, cresceu 1.123% durante a pandemia. Em casos como esse, uma solução possível é implementar duas redes wireless: uma doméstica e a outra colaborativa (que pode ser usada como se estivesse na empresa, contando inclusive com todas as autenticações e certificados digitais). Soluções em nuvem também são uma grande aliada.
Segurança
No mundo da tecnologia, a segurança sempre foi uma preocupação. No atual contexto, ela ganhou importância ainda maior. A pergunta que se faz é: como manter a segurança de rede, a confidencialidade de dados e a integridade, em um modelo remoto? São muitas as camadas que exigem proteção. A resposta se concentra em dois pontos: visibilidade e controle. Primeiro, é preciso ter uma visão completa do ambiente virtual, para conseguir monitorá-lo. Depois é preciso ter controle de acesso e tráfego. “O ambiente virtual descentralizado também precisa seguir as políticas de segurança da empresa, concedendo as mesmas permissões e licenças. Soluções que conseguem fazer essa gestão de forma integrada e ferramentas com múltiplo fator de autenticação são boas opções para ajudar a manter o negócio seguro”, finaliza Sandra.